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Morango

Eu não acreditava que amor pode virar amizade até acontecer comigo

Angélica Morango

18/07/2017 04h00

(Foto: Arquivo pessoal)

Sabe quando, ao fim de um relacionamento, a gente ouve um casal dizer: "Não é que não deu certo. Deu muito certo, só que por um tempo"? Achava que era clichê.

É meio difícil acreditar, sempre me deu a impressão de que essa era uma desculpa fácil pra quem não quer assumir que a relação fracassou. Até acontecer comigo. E quando aconteceu eu não consegui ignorar anos de momentos incríveis e focar apenas nas incompatibilidades. Foram muitas risadas, viagens e sonhos concretizados pra serem sepultados como um passado morto. Então o clichê mostrou-se genuíno.

Quando findam as relações, das maravilhosas às ruins, ficam lembranças, lições. Não passamos incólumes. E isso é ótimo. O que é a vida senão uma constante metamorfose? Tudo nasce, cresce e se transforma. Amizades viram amor. Amores viram amizade. E alguns amores vão durar pra sempre com paixão, companheirismo e muita, muita paciência.

Como então identificar nossas caras-metades? Onde vivem? De que se alimentam? Eu adoraria dizer que as respostas seriam exibidas sexta-feira no Globo Repórter, ou melhor, aqui, no último parágrafo. Mas ninguém as têm apesar de milhares de pessoas, ao longo de toda nossa existência, se empenharem em explicá-las.

Eu fico com a inspiração mais simples e contemporânea: "amor é sorte", de um texto do Arnaldo Jabor que virou música nas mãos do casal Rita Lee e Roberto de Carvalho, juntos há mais de 40 anos.

Com ou sem sexo; vivendo sob o mesmo teto ou em casas separadas; curtindo a dois ou aproveitando a onda moderna do poliamor, o que vale é ser feliz. E se a relação acabar, tão importante quanto preservar as boas memórias é lembrar que todo fim é uma bela oportunidade de recomeço.

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!