Quem pode brincar com o sapatão de Fernanda Gentil?
Eram 6 horas da manhã e Fernanda Gentil já estava empolgadíssima para participar do programa "Mais Você" de ontem, terça-feira, dia 7. Desde as primeiras horas da manhã, a jornalista postava em seu Instagram – onde é seguida por quase 5 milhões de pessoas –, sobre o café que tomaria com Ana Maria Braga.
A conversa no matutino da Globo rendeu e "Fernanda Gentil" foi parar nos "Trend Topics" como um dos assuntos mais comentados no Twitter. O motivo? O desfecho de uma brincadeira que começou há um mês e envolvia uma bolsa-sapato, ou um "sapatão", falando em Português escrachado.
Deus perdoa, a internet, não
Como Deus perdoa, mas a internet, não, choveram opiniões de todos os lados:
"Imagina se fosse o Silvio Santos", escreveu o youtuber Diego Souza.
"Ou se fosse algum comediante no Twitter zuando", disparou o apresentador Danilo Gentili, contratado do SBT.
"Engraçado que quando é entre globais pode tudo, né? Imagina eu entregando uma bolsa em formato de sapatão pra Fernanda Gentil? Homofóbico seria o mínimo que eu escutaria", comentou um tuiteiro.
"Foi a Fernanda quem levantou a bola. A Ana Maria mostrou essa bolsa-sapato como 'tendência' e logo depois a Fernanda entrou num link ao vivo na Rússia, na Copa, como fazia todos os dias, e disse algo como 'entendi a indireta' e ambas riram. Depois ainda disse que queria a bolsa", replicou uma internauta.
Quem pode brincar?
Ana Maria entregou o acessório a Fernanda Gentil, que é assumidamente lésbica, e as duas parecem ter se divertido com isso, mas uma dúvida ficou no ar: afinal, quem pode brincar com o sapatão de Fernanda Gentil?
Meses atrás escrevi sobre isso: "A regra é clara: só viado e sapatão pode se chamar de viado e sapatão", e uma conhecida achou o título tão absurdo e heterofóbico que foi reclamar sobre ele no meu Instagram – sem sequer ter lido o texto. Uma pena. Acontece que heterofobia não existe. (Caso alguém tenha sofrido qualquer tipo de ofensa física ou psicológica por ser heterossexual, por favor, se apresente.)
Particularmente, como mulher lésbica, não me senti ofendida pela brincadeira da Ana Maria com a Fernanda Gentil, mas há quem não tenha gostado. Então, quem pode fazer piadas com sapatões, viados e todo o alfabeto LGBT+? É tênue a linha entre o engraçado e o desagradável. Antes de lançar uma brincadeira, é importante pensar em quem vai se divertir com ela. A graça está em rir com, e não de alguém.
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