O que (não) fiz no Dia do Sexo
Um ano atrás, recebi a incumbência de escrever um texto com 69 ideias para o Dia do Sexo. Então eu, que sempre fui curiosa e uma leitora assídua de revistas femininas – e masculinas (sim, dessas que você está pensando), fiquei empolgadíssima com a missão. Coloquei minha cabecinha libidinosa para funcionar e em poucas horas entreguei o trabalho, toda pimpona.
Agora, relendo o que produzi há 366 dias, confesso que mudaria muitas coisas, especialmente as sugestões que dei, mas não seguiria. "Transe a três", "faça um curso erótico", "trepe na escada"… Propus, sem nunca ter feito, e sem sequer ter vontade.
Já tinha trabalhado como repórter de hard news, as notícias factuais; roteirizado vídeos corporativos; sido assessora de imprensa; apresentado um programa de humor no rádio… Mas escrever para um público-alvo majoritariamente feminino era uma novidade. Precisei me redescobrir.
Afinal, quem a gente é de verdade?
É melhor aceitar e assumir o próprio corpo como ele é, com suas belezas e imperfeições, ou se render aos procedimentos estéticos de harmonização e rejuvenescimento? Monogamia ou poliamor? Dieta ou alimentação intuitiva? A grande verdade é que as respostas às questões que nos inquietam não podem ser obtidas por um prisma maniqueísta. Entre dois extremos, há inúmeras possibilidades. E, caso a a escolha se revele ruim ou infeliz, não há nenhum demérito em mudar de ideia, traçar uma nova rota.
A escalada
Aprendi muito sobre mim ao prestar mais atenção à minha volta. Jornalistas, psicólogas, arquitetas, cabeleireiras, médicas, bancárias, secretárias, professoras, advogadas… Todas as mulheres que conheço e admiro já fracassaram em algum momento – ou em vários. E deram a volta por cima. Entendi que também poderia aceitar e conviver com meus erros e fracassos. Eles não invalidam toda a trajetória de uma vida.
Esse momento é meu
De um ano pra cá, falei menos de sexo. E no Dia do Sexo, não transei. E isso não significa nada. As experiências que vivi na cama nesse período foram muito interessantes, mas não superam as descobertas que fiz fora dela.
Contei a saga de uma escritora que viveu um relacionamento abusivo, virou o jogo e empoderou outras mulheres; revelei uma artista que aos 17 anos já é uma referência no grafite; mostrei a simpática artesã de crochê que se reinventou aos 69 anos e faz o maior sucesso no YouTube, entre tantas outras histórias inspiradoras. Exerci o feminismo, a sororidade e me reconectei à minha essência. Esse momento é meu. O prazer, também.
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