Ela conta como levou diversos golpes financeiros da namorada
"Há mais ou menos 12 anos eu e Dani nos conhecemos. Éramos amigas e saíamos juntas: eu, minha namorada na época, ela e o noivo. Quando nos envolvemos, terminei o namoro, ela, o noivado, e começamos nosso relacionamento. No começo ela tinha curiosidade, mas nos apaixonamos", conta Andrea Chromiec, 47, de Curitiba, sobre o romance com uma mulher 13 anos mais jovem.
"Eu sou médica e sempre a estimulei a estudar. Paguei cursinho por três anos, até que ela passou em Medicina, em Santa Catarina. Me dispus a ajudar, mesmo à distância. Viajava pra lá a cada 15 dias ou ela vinha. Namoramos por seis anos. Caí pela primeira vez quando ela estava no terceiro ano da faculdade. Comecei a sentir. Ela passava mais tempo no celular e não atendia minhas ligações. Descobri que ela estava com um cara, um vizinho, e terminei. Ela pediu perdão, disse que me amava. Tentamos por mais um ano, eu ainda ajudando com a casa, viagens e com o carro que eu tinha dado de presente", lembra. Apesar de reatarem, ela descobriu, tempos depois, que a namorada mantinha o relacionamento com o rapaz. E engravidou.
"Ela me ligou desesperada, dizendo que eu era o amor da vida dela"
O que poderia ter marcado o fim foi, na verdade, apenas uma pausa. Alguns meses depois, já namorando outra pessoa, Andrea adoeceu e a ex ressurgiu – a princípio, como amiga. "Voltei a falar com ela em respeito à nossa história e pra finalizar todo o rancor que eu guardava. Em março do ano passado ela me ligou desesperada dizendo que eu era o amor da vida dela, que ela não queria me deixar partir, que a filha dela seria nossa filha e que, se eu quisesse, a gente casava. Sabe tudo o que você quer ouvir?! 'Imagine acordar com dois sorrisos, o meu e o da nenê', ela falava. E assim, caí pela segunda vez."
A segunda queda
Ao reatarem, Andrea voltou a contribuir financeiramente com as despesas da casa onde a namorada vivia com a mãe. "Me pedia roupas, jantares, cursos…", relata ela, que em pouco tempo voltou a perceber os sinais de que algo estranho acontecia. "O que me deixou de orelha em pé primeiro foi o Facebook dela, uns caras que eu não conhecia fazendo elogios como 'linda', 'gata'… Até aí eu não ligava. No fim do ano viajamos pra Salvador e Búzios, lugares que ela escolheu. Eu preferia ter ido com a nenê, ela não quis. Acendeu a luz vermelha. Fotos estranhas, ligações, mensagens… Mesmo modus operandi. Fazia três meses que ela estava em um aplicativo de relacionamento e saindo com um cara. Achei os dois num bar. Desde então terminei tudo. Não vejo mais a nenê. É claro que em todos esses anos tiveram brigas, discussões. A última vez lembro que ela dizia 'Pensa no que você pode perder', em relação à nenê. Mas amor não suporta tudo, não. Falar sobre isso é uma maneira de exorcizar."
Sinais de alerta
Psiquiatra e psicanalista, o Dr. Bruno Branquinho faz um alerta sobre as relações que trazem sofrimento emocional (ou físico): "é claro que em toda relação pode haver momentos de sofrimento e tensão, somos todos humanos e imperfeitos, mas há uma relação tóxica quando esses momentos se tornam muito intensos ou frequentes, e os riscos emocionais ou físicos são grandes. Os tipos de comportamentos tóxicos são diversos, e um tipo que pode se encaixar nessa categoria seria o caso em que uma das partes se relaciona apenas por interesses financeiros ou sociais, enquanto a outra acredita estar vivendo uma relação amorosa. Isso independe da idade, do sexo ou da orientação sexual da pessoa.".
O psiquiatra explica ainda que "não existe um perfil específico de pessoas que se relacionam dessa forma, mas alguns sinais podem sugerir mais atenção". São eles:
* Interesse excessivo sobre a sua situação financeira ou da sua família e amigos.
* Valorizar muito questões materiais ou presentes caros e dar menos atenção a conversas que não envolvam esse tipo de assunto.
* Pedidos frequentes de "empréstimos" ou de presentes.
* Mostrar-se mais interessado em estar com você quando você está em um evento importante ou em um lugar disputado etc.
* Não sentir cuidado e apoio emocional vindo da outra parte.
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