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Musa fitness aos 60: “Quero mostrar pras pessoas que é possível chegar lá”

Universa

26/05/2020 15h30

Eliane Morato, musa fitness aos 60 (Foto: Reprodução/Instagram)

Dois anos atrás, quando criou uma conta no Instagram, Eliane Morato queria motivar as amigas, especialmente as que vivem a fase da pós-menopausa. "Muitas estão em xeque com muitas coisas. Autoestima lá embaixo porque o corpo mudou, os filhos foram embora e se sentem sozinhas. Divorciadas ou solteiras, não se acham interessantes. Um dia, uma amiga me disse assim: 'Eliane, na nossa idade não acontece mais nada'. Quando ela falou isso, tomei um susto e respondi: 'Na sua! Na minha, não. Na minha tem muita coisa pra acontecer ainda'", recorda.

Hoje, aos 60 anos de idade, tatuada e dona de um abdome trincado, Eliane, que é bancária aposentada, está bombando nas redes.

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100 mil fãs

No Instagram e no Tik Tok, plataforma que reúne jovens e descolados, a musa fitness que dá dicas de alimentação, moda, beleza e faz dublagens divertidas já arrebatou quase 100 mil fãs.

"Meu público-alvo são as mulheres. Quando veio o Tik Tok, falei 'a hora é agora'. Queria dar ferramentas pras mulheres virarem o jogo. Achei oportuno durante essa pandemia. É uma coisa divertida pra mim e pra quem tá do outro lado. Já sou aposentada, tenho o meu salário, digo as coisas que eu faço. Não falo 'ai, não fiz plástica, tomo água todo dia', não. Eu fiz plástica nos seios, fiz minilifting no rosto, faço tratamentos dermatológicos. Não são coisas inatingíveis. Eu quero mostrar pras pessoas que é possível chegar lá. E cada vez que eu mostro uma coisa que é mais cara, sempre dou uma opção mais barata, porque quero que todas tenham esse alcance. Não tô querendo vender coisas. Tô querendo mudar a vida das pessoas."

Os cuidados que a digital influencer tem com o corpo hoje – ela não fuma, não ingere sal, farinha branca e frituras – nem sempre fizeram parte da rotina.

"Nunca fiz plástica na barriga, mas tenho próteses nos seios, fiz minilifting no rosto e faço tratamentos dermatológicos", conta (Foto: Reprodução/Instagram)

Começo aos 40

"Comecei tarde, minha geração não tinha essa cultura. Tenho um problema de coluna, espinha bífida (uma má-formação na espinha) e vivia com dores terríveis desde jovem. Por volta dos 40, numa consulta, o médico me disse: 'Ou começa a fortalecer ou não chega andando aos 50'. Foi um choque. Comecei com fisioterapia, depois me apaixonei pela atividade física", conta ela, que faz musculação entre quatro e cinco dias por semana.

Os exercícios a salvaram mais de uma vez. Casada há 11 anos, Eliane perdeu o marido num trágico acidente de moto. "Foi uma fase muito difícil e a malhação me salvou. Eu disse pra quem tava do meu lado: 'Não quero tomar um comprimido. Nem pra dormir, nem pra nada. Com essa dor eu vou ao fundo do poço e saio sozinha'. Tive que colar cada pedacinho de mim e me reerguer. Me senti muito vitoriosa quando consegui retomar a minha vida. Acho que não tem palavras pra descrever a dor da perda em uma morte assim, violenta, repentina. Não tenho filhos, vivíamos só nós dois."

"Quero escrever a minha história na Argentina"

Após o luto, Eliane conheceu um argentino, se casou e foi morar em Buenos Aires. Um tempo depois, o relacionamento chegou ao fim, mas os planos dela na capital argentina, não. "Não foi uma boa experiência, mas não vou voltar da Argentina porque o casamento foi um fracasso. Vou voltar depois de escrever a minha história na Argentina, fazer os meus amigos e dominar o idioma – porque quando eu estava com ele, só falávamos português. Eu tinha planos e quero cumprir", revela.

Eventualmente, Eliane volta ao Brasil para visitar os pais, que moram em São Paulo. "Meu pai tem 90 anos. Minha mãe, 84. São pessoas saudáveis, lúcidas e inteligentes. Minha mãe é da minha altura (1,71m), é magrinha, elegantérrima. E meu pai é lindo. Tenho muito orgulho da minha família. Sou uma pessoa abençoada", celebra.

"Amor é que nem músculo, você tem que exercitar"

Outro integrante da família é o cachorrinho Pingo, que acompanha Eliane a todos os lugares. "Depois de perder um cachorro, eu não queria ter mais. Aí encontrei o Pinguinho. Os animais salvam a gente de muita coisa. As pessoas precisavam botar isso na cabeça. Quando você tem um animalzinho, você exercita o amor. E amor é que nem músculo, você tem que exercitar."

Eliane e o xodó, Pingo (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!