Topo

Morango

Sexo entre mulheres: será que você faz de forma segura?

Universa

23/03/2018 04h00

Quando foi a última vez que você fez sexo? E quando foi a última em que fez sexo seguro? Apesar de parecidas, as perguntas são diferentes. Sexo é bom, a maioria das pessoas gosta, mas nem todo mundo se cuida como deveria. E se a homo e a bissexualidade ainda são tabus, os métodos para uma relação protegida, então, nem se fala! E deveríamos falar. E muito!

Existe uma crença de que no sexo entre mulheres não existe o risco de contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o que é um mito. Embora especialistas afirmem que a transmissão do HIV seja bem menos comum entre as mulheres homossexuais do que entre as heterossexuais, a possibilidade existe, sim. Além do HIV, diversas outras doenças podem ser transmitidas, como hepatite B, clamídia, gonorreia, micoplasma, ureaplasma, sífilis, herpes, HPV, entre outras que ocorrem por contato direto e troca de fluidos (secreções vaginais, leite materno ou de sangue – incluindo a menstruação).

Veja também

Sem pânico

Alguns cuidados simples são capazes de tornar o sexo mais seguro e, consequentemente, mais prazeroso:

  • Lavar as mãos antes e depois da relação sexual e/ou usar luvas (de látex, vinil ou plástico), especialmente se tiver alguma lesão ou ferida na mão, ou se a parceira estiver menstruada;
  • Usar lubrificante no toque, em especial no ânus, que é mais sensível, para evitar pequenas fissuras ou sangramentos
  • Lavar brinquedos sexuais antes e após o uso e usar um novo preservativo sempre que eles forem divididos. O mais simples é higienizar depois do ato com água e sabão, e passar em toda a sua superfície um algodão embebido em álcool 70%
  • Não compartilhar acessórios sexuais com o mesmo preservativo
  • Evitar ter relações sexuais no período menstrual, pois aumenta a chance de transmissão de doenças;
  • Manter unhas bem aparadas para não machucar e evitar a introdução de microrganismos que possam causar infecções vaginais;
  • Ao utilizar instrumentos (dedos, brinquedos e o que a criatividade pedir), tentar fazer com cuidado para evitar traumas, mesmo que pequenos e quase imperceptíveis;
  • Evitar o sexo oral se você ou a parceira tiverem cortes ou feridas em torno da boca, ou se a que vai receber o oral estiver menstruada. E, claro, de preferência, use proteção no sexo oral.

Na ponta da língua

Não existe um produto exclusivo para a proteção no sexo oral à venda no mercado brasileiro. Nos Estados Unidos, há um item chamado Dental Dam ("barreira dental", em tradução livre), que é uma folha de látex, comum em consultórios odontológicos. Lá, ele é reconhecido oficialmente como um dos métodos para prevenir o contágio de doenças sexualmente transmissíveis no sexo oral, porque evita o contato direto entre a boca e a área genital, seja a vulva, o ânus ou os dois.

Por aqui, para proteger a mucosa da vulva e da boca no momento do sexo oral, algumas opções são a camisinha feminina, a masculina cortada, ou ainda plástico filme (aquele de cozinha) para criar uma superfície plana. Assim, essa folha de látex ou de silicone é usada para cobrir a região enquanto o estímulo é feito com a boca.

*Colaborou a Dra. Andréa Maria Novaes Machado, ginecologista e obstetra com foco em prevenção e tratamento de doenças. 

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!