Topo

Morango

Abrindo a caixa-preta (e revelando segredos) de quem faz sexo virtual

Universa

16/01/2019 04h00

Carol, em nude enviado (Foto: Arquivo Pessoal)

Já mandei uns nudes muito discretos: um pedaço da bunda aqui, metade do bico do peito ali e, pronto, foi meu máximo. Sexo virtual eu nunca fiz, por vários motivos: em parte por timidez; por não ter a menor noção de como fazer, e por ter um medinho de que o conteúdo vaze. Conversando com amigas e amigos, descobri que essa modalidade é muito mais comum do que eu pensava. Entre os praticantes, além das pessoas que namoram à distância e utilizam esse recurso pra fortalecer os laços de intimidade da relação, existem as que nunca se viram pessoalmente, mas transam pelo telefone. O que descobri, por unanimidade, é que através de ligações, mensagens de texto, gemidos por áudio e FaceTime, o sexo rola gostoso – e com direito a final feliz.

"Aquele 'pianinho' junto"

"Conheci uma crush dez anos mais velha e fazemos quase todos os dias. Ela sempre me liga à noite quando vai tomar banho e depois sempre rola aquele 'pianinho' junto. Quase todos os dias nós gozamos juntas via Whatsapp, mas não temos nenhum relacionamento sério. Nos encontramos duas vezes na vida, uma distância de 130 quilômetros nos separa." Beatriz

(Imagem: Arquivo Pessoal)

"Transamos há anos, mas nunca rolou ao vivo"

"Eu e uma amiga, fazemos isso há muitos anos, porém nunca rolou ao vivo, e isso é o mais doido. Faço sexo virtual desde os 13 anos. Hoje em dia é muito comum, mas requer muita responsabilidade. Vem de um papo aleatório, do nada, com uma pessoa se masturbando do outro lado da tela, você também, e os áudios de gemido vão aparecendo. Tem como fazer por ligação, é bem legal também. É diferente trocar nudes e fazer sexo virtual. Por Whatsapp faço até ménage." Lucas

(Imagem: Arquivo Pessoal)

"É impossível não se masturbar com a conversa"

"Eu amo, acho divertido também, porque estamos praticando uma coisa que ainda tem muito tabu, que é a masturbação. É impossível não se masturbar com uma conversa dessas. E uma curiosidade é que à distância consigo sentir mais prazer ainda… As palavras me deixam mais excitada. Ele é trans. O amorzinho da minha vida."
Gabriele

(Imagem: Arquivo Pessoal)

Antes, durante e depois

"Fiz sexo por telefone com todas as minhas ex, e com a atual também. É bem louco, eu diria que é tipo ler um livro e ir imaginando as cenas. Hoje o Whatsapp facilita muito as coisas. Acho que minha primeira experiência foi com uma ex que morava no Maranhão (sou de Curitiba). Quando namorei essa guria não existia Whatsapp, então conversávamos por SMS (risos). Demorava até receber a resposta. Você vai descrevendo o que faria se estivesse com a pessoa e, enquanto ela fala e escreve, vai tocando uma siririca e, claro, usando a imaginação pra sentir cada toque que você dá no seu corpo como se fosse a parceira." Tati

"A primeira coisa é intimidade, saber o que vai falar, qual impacto vai causar e mostrar o que a pessoa mais gosta. Mando áudio até de olho fechado, pra me colocar naquela situação. Começa a dar muito frio na barriga, de doer! Bem depois, no final, você começa a se tocar. São preliminares muito mais demoradas que no sexo físico. E quando você gosta da pessoa é de 'foder' querer abraçá-la e ela não estar ali fisicamente. O pós-sexo, que pra mulher é muito importante, não existe no virtual. Às vezes até rola uma briga porque você fica com muita saudade e muito carente, aí pode acontecer uma discussão, então é melhor desligar. Depois de se recompor, você volta." Carol

E aí, deu vontade, @?

Leia também:

O que nunca dizer na cama – e, assim, evitar uma broxada

Elas falam sobre a relação a duas e arrebatam milhares de fãs no YouTube

Meus segredos mais íntimos – e quase inconfessáveis

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!