Os 9 filmes lésbicos que vão mexer com os seus conceitos
Angélica Morango
17/10/2017 04h00
As atrizes Cate Blanchett e Rooney Mara em cena do filme "Carol". (Foto: Divulgação)
Estava eu linda e bela – mentira, de moletom e coque – produzindo uma lista com meus filmes lésbicos preferidos quando me deparei com uma realidade crudelíssima. A maioria deles não está mais disponível na Netflix! A empresa atualiza seu catálogo periodicamente retirando alguns e inserindo outros, coisa que até então eu não sabia.
Uma lágrima azul escorreu pelo meu olho esquerdo quando percebi que esse clássico da cinematografia dyke, "Azul é a cor mais quente", não está mais lá. "Meninos não choram", entre outros, também não. Chorei largada. Mas não precisa tremer o beicinho! Além de poder assistir toda a lista em outras plataformas, dá pra aproveitar os quatro que atualmente figuram no cardápio da Netflix: "Beijando Jessica Stein", "Minhas mães e meu pai", "The firefly" e "Margarita com canudinho".
Conheça todos:
Carol (2015) – Romance
Imagine ser casada com um homem, mãe de uma menina e, durante a ida a uma loja de brinquedos, se apaixonar pela atendente – e vice-versa? Pois é assim que começa o romance Carol, que retrata essa história de amor improvável na Nova York dos anos 50.
Annette Bening e Julianne Moore formam um casal que têm filhos em "Minhas mães e meu pai". (Foto: Divulgação)
Minhas mães e meu pai (2010) – Comédia dramática
Um casal de lésbicas com dois filhos concebidos por inseminação artificial vive uma fase bem apática no casamento até que os jovens insistem em conhecer o pai biológico. A partir daí a configuração familiar muda completamente.
Meninos não choram (1999) – Drama
Esse filme, que rendeu um Oscar de melhor atriz a Hilary Swank, eu assisti há mais de 15 anos e até hoje duas cenas não me saem da cabeça: uma em que a protagonista coloca uma meia embolada na cueca pra fazer volume e se passar por menino para a namorada, e outra em que ela é violentamente estuprada e espancada. Na época, eu tinha entendido que a personagem era uma lésbica que tinha assumido uma identidade masculina pra ser melhor aceita na sociedade. Eu tinha uma noção rasa sobre realidade das pessoas transexuais e todos os desafios e perigos a que estão submetidas. No fim essa história real, que é um soco no estômago, é sobre um jovem e sua busca por amor, por um lugar e por si mesmo – exatamente como cada um de nós.
Beijando Jessica Stein (2001) – Comédia
Bem sucedida profissionalmente, Jessica Stein é uma jornalista judia que mora em Nova York e não tem no amor o mesmo sucesso que no trabalho. Depois de diversas tentativas frustradas com homens, ela decide responder ao anúncio de uma mulher no jornal – na época não tinha Tinder. Esse filme cheio de clichês sobre lésbicas rende ótimas gargalhadas.
A atriz Kalki Koechelin, em cena de "Magarita com Canudinho" (Foto: Divulgação)
Margarita com canudinho (2014) – Drama
Aqui a descoberta da sexualidade é apenas um dos diversos temas densos abordados sobre a vida de uma jovem com paralisia cerebral. A primeira paixão, a vida em outro país, o prazer, o amor, e uma grande perda. A realidade profunda é abordada de forma tão delicada e colorida que faz do filme um colírio para os olhos e um conforto para o coração.
Assunto de meninas (2001) – Drama
Conflitos familiares, dramas da adolescência, um colégio interno e um fim trágico. Vários clichês dramáticos ajudam a compor essa história de amor pra ser assistida com uma caixinha de lenços do lado.
Monster – Desejo assassino (2003) – Drama
Charlize Theron está irreconhecível – e impecável – no papel da assassina em série Aileen Wuornos. Nessa história real, a protagonista vive o abandono e diversos abusos desde a infância, até que encontra na prostituição um meio de ganhar a vida e sustentar seu relacionamento com outra mulher. Brutalizada por alguns clientes, Aileen se vinga roubando-os e matando-os, até que finalmente é presa pela polícia, dedurada pela amante e condenada à morte.
Lea Seydoux em "Azul é a Cor Mais Quente" (Foto: Divulgação)
Azul é a cor mais quente (2013) – Romance
Vencedor do prêmio Palma de Ouro, o Oscar francês, e aclamado por muitos críticos como o melhor filme de 2013, Azul foi lançado em meio a diversas polêmicas em torno das alegações de más condições de trabalho no set pela equipe e pelas atrizes principais. Preferi assisti-lo em 2015, alheia ao reboliço sobre os bastidores e à excitação do público. Achei bom, bem pornográfico, mas muitíssimo bem construído sobre uma história de amor. As três horas de duração valem cada minuto.
The firefly (2013) – Romance
Uma tragédia marca o início dessa história entre duas mulheres até então heterossexuais. Andres morre num acidente de carro no dia de seu casamento com Mariana, que fica devastada. Então Lucia, irmã de Andres, e Mariana passam a buscar, na companhia uma da outra, forças para superar a perda até que se apaixonam. Conflitos morais e de autoaceitação marcam esse drama romântico que tem um final surpreendente.
Curtiu a lista? Deixe o seu comentário e aguarde a próxima, só de filmes nacionais, com essa temática!
Sobre a autora
Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.
Sobre o blog
Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!