O que há entre o fim e o recomeço
Universa
01/05/2018 04h00
Terminar um relacionamento é desgastante. Começar outro, cansativo. Conhecer alguém, sair pra jantar, fazer as perguntas de sempre: "o que gosta de fazer no tempo livre?", "quais suas bandas preferidas?", "balada ou Netflix?", nem se fale. Umas pessoas vão responder com humor, outras serão monossilábicas.
Depois vêm as nossas dúvidas. Em quanto tempo ir para a cama? Qual a hora certa de apresentar pros amigos? Publicar fotos e declarações nas redes sociais ou não? E não há respostas certeiras.
Acontece que é comum ficar um, dois, três meses ou muitos mais curtindo a solteirice – ou não curtindo tanto assim. Às vezes, essa é uma opção nossa. Às vezes, escolha dxs outrxs. Nem sempre temos o controle da situação, tampouco das nossas emoções. E é aí que reside toda a desgraça.
Num mundo ideal, o amor seria recíproco. Ligar e desligar o botão dos sentimentos aconteceria simultaneamente entre pessoas afins. Ninguém sofreria por uma paixão não correspondida. Não haveria pé na bunda, apenas pés que caminhariam em direções opostas em algum momento. Nada de mágoa, ressentimento ou saudade. Maravilhoso e utópico.
Não há mundo ideal, apenas este em que há quase oito bilhões de mundos particulares tão imperfeitos quanto incríveis orbitando por aí.
Terminar um relacionamento é desgastante. Começar outro, cansativo. Mas nada principia ou se encerra com uma única definição. Entre o começo e o fim há recomeços.
Entre o fim e um novo começo há esperança. Entre recomeços e novos começos há desafios.
Sobre a autora
Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.
Sobre o blog
Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!