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Lésbica por um dia ou bi?

Angélica Morango

22/06/2018 04h00

"Todas as vezes em que me apaixonei por outras pessoas e considerei a traição foi com mulheres" (Foto: Arquivo Pessoal)

Se você é mulher, é bem provável que já tenha pensado, pelo menos uma vez na vida, no que faria se pudesse ser homem por um dia. Eu já pensei nisso. Assim como imaginei como seria vestir a capa da invisibilidade ou poder voar por aí como uma águia, uma pomba, uma mosquinha…

Pensar na possibilidade de ser ou fazer algo diferente do habitual é comum, nos instiga, excita. E não há nada de errado nisso. Muitos superpoderes não estão ao nosso alcance – ainda – mas já acenam de um futuro breve; outros estão ali ao lado, bem acessíveis. O desejo de ser homem por um dia, por exemplo, pode ser atendido parcial ou totalmente, dependendo do motivo. Qual seria ele? Fazer xixi de pé? Já dá, há tempos, graças a um acessório chamado "condutor urinário".

Modelo de utilização de um condutor urinário (Imagem: Pipix/Divulgação)

E sobre a vontade de ser homem por um dia pra transar com uma mulher? Bom, não é preciso ser homem pra isso… Além do corpo inteiro, há próteses penianas, vibradores e um sem-fim de opções disponíveis.
Pensando sobre essas fantasias, sexuais ou não, lancei um desafio a alguns amigos gays e heterossexuais. Quis saber o que cada um faria se pudesse ser lésbica por um dia – e me surpreendi com as respostas!

"Ia atrás do squirt (ejaculação feminina), já que com o manual deve ficar mais fácil!" (Rafael Carvalho)

"Tentaria gozar pra ver o que e como a mulher sente nesse momento." (José Lucas)

"Ia arrumar outra gata garota e fazer um sexo lésbico nervoso!" (Carlos G.)

"Eu queria experimentar ter um orgasmo sem ser penetrado." (Ryan Batistel)

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Transei com homens, mas só fiz amor com mulheres

Na mesma semana dessa brincadeira que fiz com os rapazes, sobre ser "lésbica por um dia", conheci a Le enquanto ela gravava uns vídeos falando sobre a dificuldade de ficar com mulheres. Imaginei que ela seria a pessoa ideal pra responder à pergunta e fazer um contraponto, mas a questão era mais complexa: ela já tinha ficado com mulheres num passado distante, mas agora não estava tendo a mesma "sorte".

"Será que é por causa do cabelo que está mais curto e platinado?", ela pergunta pra câmera. "Será que não é por que você ainda sente alguma coisa pelo ex?!", respondo, curiosa para ouvir mais da história.

"Eu era casada (com um homem), fui por seis anos. Nesse tempo, todas as vezes em que me apaixonei por outras pessoas e considerei a traição foi com mulheres. Então, quando me separei, resolvi sair com algumas e parar de reprimir isso", conta Le, que tem 30 de idade.

Mas não foi só a atração por mulheres que fez com que o casamento terminasse. "Terminei porque queria viver outras experiências, principalmente pelo fato de que eu estava finalmente aceitando ser bissexual. Mas do que adianta aceitar que é bi se você não vive isso?! O relacionamento 'tava' virando amizade, eu não sentia mais tesão por ele…", explica, afirmando que reatar não está nos seus planos "apesar de que quando o tempo esfria dá uma puta saudade de ter alguém pra abraçar!".

"Conseguir sexo dá muito trabalho e exige esforço"
Ela lista como a maior vantagem da solteirice "não ter que dar satisfação pra ninguém". A desvantagem é que "conseguir sexo dá muito trabalho e exige esforço", mas vale a pena: "Eu já saí com algumas garotas do Tinder, peguei umas em baladas, e já transei, sim, com mulher. Descobri que realmente é algo que eu devia ter feito antes, porque o tesão que senti e o prazer em explorar a sexualidade de um novo jeito, sem um grande pinto a ser idolatrado no centro de tudo foi incrível".

Os primeiros "foras" da vida
"Não tive um relacionamento com mulher ainda, só pegação casual… Mas no quesito pegação estou achando bem diferente. Basicamente porque, por mais ousada e cheia de iniciativa que eu seja, os homens sempre tiveram uma postura mais agressiva e eu podia ocupar um papel de esperar a atitude deles. Agora, com mulheres, não sei muito bem como agir. Tomei meus primeiros 'foras' da vida!", entrega ela sorrindo.

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Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!