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Ser uma sapatão emocionada é horrível, mas ao mesmo tempo é bom

Universa

26/02/2020 04h00

Ser uma sapatão emocionada é horrível, mas ao mesmo tempo é bom (Foto: José Gabriel)

"Quanto mais eu fujo de ser emocionada, mais atraio gente que leva a samambaia no segundo encontro!", confessa a advogada Beatriz, de 26 anos, de São Paulo.

A samambaia a que ela se refere tanto pode ser figurativa e representar uma malinha de roupas, quanto literal e tratar-se da planta ornamental para a casa – que as duas mulheres que acabaram de se conhecer dividirão juntas num futuro muito próximo.

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"Já estou namorando DE NOVO!", entrega Beatriz, meio incrédula, frisando alguns detalhes em caixa alta. "Eu terminei outro dia, cara! (risos) Da última vez, falei que ia ficar solteira até acabar a pós-graduação. Já tô namorando há um mês! E apaixonada! Que nem uma pata! Hahahaha Fugi bastante disso porque eu namorei por insistência alheia algumas vezes e, dessa, eu precisava saber se eu tava bem mesmo ou tapando um buraco. Mas deu certo". A história da Bia poderia facilmente ser a minha, que sou uma sapatão emocionada também.

Emocionada, eu?

E como a gente descobre se é uma sapatão emocionada? Atrás dessa confirmação, fiz uma enquete no meu Instagram perguntando às mulheres se elas se consideravam assim e por quê. Entre dezenas de respostas, a maioria (80%), respondeu que sim, era uma sapatão emocionada. A quem se encaixar em pelo menos um desses clichês abaixo, tenho uma boa e uma má notícia:

"Falou 'oi' já imagino uma vida juntas, vários gatos, uma família tradicional sapatônica"

"Uma semana é tempo suficiente pra eu perder o rumo da vida pensando na pessoa toda hora"

"A crush curte foto e já imagino nosso futuro, nossa casa"

"Uma coisinha de nada já me afeta"

"Tô conversando com uma mina há duas semanas e já falei de casar e ter filhos"

"Deu muita atenção no primeiro encontro, já tô planejando fazer um jantar romântico"

"Acabei de falar que amo minha namorada em menos de um mês juntas"

Acha que essas declarações soam meio exageradas? É porque ainda não conheceu a Gabriela, que acredita ter atingido um nível além do 'emocionada': o de 'super emocionada'.

Paulistana, a orientadora física Gabriela Leo, de 31 anos, conta que sempre sofreu por ser assim, muito intensa. Até que um dia, a parte ruim de ser super emocionada passou a ser boa.

Gabriela e Heloisa estão juntas há quatro anos (Foto: José Gabriel/Arquivo Pessoal)

Iniciativa e papo reto

"Conheci minha esposa no trabalho. Ela é professora polivalente e eu estava estagiando no mesmo colégio. Um dia, estávamos almoçando com algumas pessoas e começamos a conversar. Ela abriu um sorrisão e, pronto! Já me ganhou! Convidei pra ir ao cinema e ela não aceitou de primeira, fez a difícil. Não deu dois dias e já mandei o papo reto: 'Quer ficar comigo?' e enviei uma música do Natiruts, 'Você me encantou demais'. Aí ela aceitou sair comigo e ficamos pela primeira vez."

Gabi e Heloisa: alianças em um mês (Foto: José Gabriel/Arquivo Pessoal)

Onze dias depois do primeiro beijo, Gabriela pediu Heloisa em namoro. Em um mês, trocaram alianças. Em um ano se casaram. E estão juntas há quatro. "Ser emotiva também traz felicidade, mas com a pessoa certa", garante Gabi.

 

Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!