De vendedor a stripper: eles deixam profissões "certinhas" e focam no sexo
De vendedor a stripper
"Comecei a ir a um clube de mulheres e vi como se faz. Meu primeiro trabalho foi em uma despedida de solteira", conta Yuri Bonotto, um gaúcho de 27 anos que deixou a vida como vendedor em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para se dedicar à carreira de stripper em São Paulo, "muito mais lucrativa", afirma.
Yuri trabalha como gogo boy (dançarino) em clubes LGBT, para um público majoritariamente gay; e é stripper em festas particulares para mulheres. Segundo ele, geralmente são elas que mais passam dos limites durante os shows, principalmente quando fica completamente nu: "Assédio sempre tem, temos que ter jogo de cintura para saber conduzir. A mulherada dá mais em cima, tenta arranhar, pegar no pênis… Uma vez uma me fez uma proposta, ela queria me bancar!", recorda-se rindo.
"Sensualidade, carisma e ousadia"
O loiro, de 1,92m de altura, que e é seguido por quase 20 mil pessoas no Instagram, explica que para fazer striptease é preciso montar o figurino e escolher as músicas de acordo com o personagem; além de interagir sem se perder e ter sensualidade, carisma e ousadia. Essas três últimas, características que fisgaram a namorada há cinco anos, quando ele ainda exercia uma atividade mais convencional. A mudança de profissão aconteceu no meio do relacionamento, mas a amada – que hoje é esposa, encarou com naturalidade por também ser do meio artístico: é atriz e se dedica ao teatro.
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Sexo explícito com o namorado
Quando se opta por seguir uma profissão "não-convencional", namorar alguém que seja da mesma área ou de uma área afim pode fazer toda a diferença. Pedro Andreas, de 43 anos de idade, há 15 na indústria do entretenimento adulto, confirma essa máxima: "Comecei a fazer shows de sexo ao vivo com um ex-namorado, a gente foi casado por sete anos. Com ele eu comecei a fazer os filmes pornôs, foi assim que começou tudo isso. Depois que a gente se separou, parei de fazer os shows, mas continuei fazendo os filmes".
Pedro, que é brasileiro, é fluente em inglês, espanhol, italiano e fala um pouco de alemão; línguas que aprendeu durante as temporadas de trabalho nos Estados Unidos e na Europa. Foi na Itália, aliás, num clube noturno de Roma, que ele se apresentou para a maior plateia de toda a sua vida: três mil e quinhentas pessoas assistiram ao seu show de sexo explícito.
Viagra e cockring
Existem truques para que a performance encha os olhos do público? Sim! E Pedro entrega: "Nos filmes e nos shows de sexo ao vivo é comum que os atores tomem Viagra e usem o cockring, um anel peniano para a estética que ajuda na ereção". Já sobre o orgasmo, ele diz não ser tão intenso quanto nos seus momentos a dois, sem câmeras e espectadores. "O orgasmo é diferente porque na intimidade você não se limita, o que rolar rolou. Na hora de fazer a cena ou o show tem que ser controlado, é mais complicado. No filme é sempre editado, e nos shows é muito difícil chegar 'lá'."
Graduado em Educação Física, Pedro Andreas diz que são não fosse ator pornô trabalharia em sua área de formação, o que não é uma possibilidade, pelo menos por enquanto: "Essa semana assinei um contrato pra voltar a gravar em setembro; é uma proposta nova, num segmento de filme adulto em que nunca trabalhei. Resolvi voltar porque é diferente".
Depois de protagonizar mais de 25 filmes em DVD, 40 para a internet, e fazer dezenas de shows de sexo explícito em 15 países, incluindo a Rússia "um país completamente homofóbico, não sei como conseguiram me levar até lá, mas enfim, fui", Pedro fez algumas pausas na carreira. "É preciso dar uma reciclada na imagem, senão fica muito batida, cansa. Fora isso sempre tem muita gente nova, sempre gente procurando a indústria pornográfica pelo mundo inteiro", arremata.
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