"Casada, exibicionista, adepta de swing e cam girl"
Em seus perfis no Twitter e Instagram, Thay se define como casada, exibicionista, adepta de swing e cam girl. Nas redes sociais, com mais de 75 mil seguidores, suas fotos e vídeos são bem mais comportados que os de outras mulheres e casais que usam as mesmas plataformas para publicar suas façanhas sexuais por diversão. É que para ela, o que começou como fetiche se transformou em um negócio rentável: para ter acesso, por um mês, ao conteúdo mais picante de seu site pessoal, é preciso desembolsar R$ 39,90.
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Prazer e trabalho podem ser aliados? Ela garante que sim, mas com uma ressalva: "só entro na 'cam' se me sentir bem comigo, ou não entro. Não faço apenas pelo dinheiro. E para ganhar dinheiro tem que fazer um trabalho sério, ter horários, regras, se divulgar e, o mais importante, respeitar opiniões".
A "cam" a que Thay se refere é a câmera de sua sala no Câmera Privê, um site para pessoas maiores de 18 anos que queiram interagir e assistir shows de striptease virtuais pela webcam, onde ela também trabalha. Lá, os pacotes de créditos custam de R$ 29,90 a R$ 299,90.
Amor, swing e exibicionismo
Thay, que tem 33 anos, e o marido, "Fer", de 35, estão juntos há 17 anos, desde a adolescência, quando engravidaram. O segredo da longevidade do relacionamento, segundo ela, é a cumplicidade. "Quando resolvemos casar já tínhamos certo que daquele momento em diante iríamos fazer tudo juntos. Claro que não imaginávamos isso tudo, né?! Primeiro começamos a fazer swing. O exibicionismo surgiu depois, por ideia do Fer, e acabei gostando muito. Quase todos os casais de swing fazem muitas fotos e vídeos, inclusive temos vídeos que não postamos ou divulgamos, são nosso acervo pessoal mesmo. Vídeos de swing e ménage são reais, não somos atores, nada é programado, o que rola é prazer mesmo. Gravar sem cortar o clima, de um jeito que fique legal, é bem complicado".
Para praticar o swing, que é, basicamente, a troca de casais em uma relação sexual, os dois precisam aprovar os novos parceiros. "Sempre procuramos entender bem o outro casal antes de algo real. Nunca marcamos com um casal para fazer algo de cara, e sempre procuramos pessoas mais reservadas. A maioria não mostra o rosto e, mesmo que mostre, pessoalmente sempre muda um pouco e pode não rolar afinidade. Começa com um bate-papo qualquer e aí tudo flui mais gostoso ou não flui. Conhecemos dezenas de casais com quem nunca saímos para algo mais e são grandes amigos nossos, mas já aconteceu de conhecermos casais e a sintonia ser tão boa que rolou logo de cara", entrega ela.
Preconceito e hipocrisia
Mesmo que diversão, prazer e trabalho caminhem lado a lado, existem obstáculos e, segundo Thay, até uma certa hipocrisia. "Já conhecemos vários casais que publicamente falavam muito mal do swing e frequentavam casas de swing, e já saímos com diversas mulheres que ficavam a todo momento ofendendo e criticando esse mundo e depois ficaram com a gente." Até entre amigos pessoais, há quem se oponha às escolhas pessoais e profissionais dos dois: "acho que falta um pouco de educação para respeitar as escolhas das pessoas. Um casal de amigos descobriu que eu estava trabalhando como cam girl e senti que a relação não foi mais a mesma. Apenas deixei rolar, o tempo conserta tudo".
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