Elas falam sobre a relação a duas e arrebatam milhares de fãs no YouTube
"Júlia e Flávia"
Separadas por 225 quilômetros de distância, Júlia e Flávia se conheceram na internet, no extinto (e saudoso) Orkut. Namorando há oito anos, as duas, que hoje moram juntas e têm um canal popular, com mais de 300 mil inscritos no YouTube, começaram a fazer sucesso sem querer. "Eu morava em Curitiba, no Paraná, ela em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Minha família não sabia que eu estava namorando uma menina, então eu deixava tudo em segredo. Quando nos víamos, gravávamos alguns momentos e brincadeiras nossas pra assistir quando batesse a saudade. Postamos no YouTube pra salvar, e os vídeos começaram a ter muitas visualizações", conta Flávia Franco, de 23 anos.
"Angelis e Nina"
Também foi na internet que a brasileira Angelis Borges e a inglesa Nina Fisher se conheceram, nos Estados Unidos: "foi em um site de relacionamento tipo Tinder, o match.com, que é para relacionamentos mais sérios. Há dois anos e meio começamos o canal no YouTube, para espalhar uma mensagem de igualdade e amor", explica Angelis Borges, que em 2013 venceu o reality "Fazenda de Verão", da Record, e levou para casa o prêmio de R$ 1 milhão.
"Nós mostramos não só as flores, mas também os espinhos de uma relação. Eu sei que a gente acaba se expondo demais, mas se ajudar uma pessoa, já está valendo. Como nosso canal é em Inglês (com legendas em Português), o mundo todo está vendo a gente. Recebemos mensagens de pessoas gays de países onde ser gay é motivo de pena de morte. É muito difícil aconselhar alguém nesse caso, então o que fazemos é colocar nosso relacionamento online mostrando que temos uma vida como qualquer outro casal. Quanto mais as pessoas veem, mais normal elas vão achar, e mais perto da igualdade vamos estar", expõe a digital influencer brasileira, que vive com a esposa em Los Angeles.
Se o excesso de exposição atrapalha? "Nunca tive um problema por causa disso, mas já tiveram pessoas que mandaram mensagens anônimas pra Nina falando que eu a traí, entre outras coisas maldosas, tentando fazer com que a gente brigue ou termine. Antes de começarmos o canal eu a alertei sobre esse tipo de pessoa. A gente só da risada, bloqueia e tá tudo certo", responde.
"Marias do Brejo"
Cariocas, as namoradas Mayara Alves, que é enfermeira, e a designer de moda Yasmin Falcão, sempre quiseram ter um canal no YouTube para falar de assuntos diversos. Após seis meses de relacionamento, as duas decidiram começar juntas: "a maioria dos produtores de conteúdo que assistíamos eram brancos, de classe média alta, e que tinham vivências, recursos e possibilidades diferentes das nossas. Nunca tínhamos achado um casal de mulheres negras, e queríamos mostrar pra gente e pra outras mulheres negras que o amor e a vivência delas eram legítimas", relata Mayara, que é bissexual.
"Percebemos realmente uma identificação. Quem nos assiste consegue conversar com a gente, encontra na rua, abraça. Muitas pessoas falam que com os nossos vídeos conseguiram se sentir mais à vontade com a sua sexualidade, começaram a se aceitar, e incentivam a gente a continuar com esse trabalho", comemoram.
"O que você sabe sobre sua vagina?", "Como é namorar uma mulher negra e feminista?", "O que faz um relacionamento dar certo?" são alguns dos temas abordados por elas no canal "Marias do Brejo": "demonstrar esse amor também é um ato político, de resistência. Nem sempre é fácil, mas vamos seguindo, nos apoiando. Se o amor dos outros incomoda, é porque o mundo tá amando pouco", pontua Mayara.
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