Elas fazem sucesso e ganham dinheiro postando receitas simples no Instagram
Modelo plus size de sucesso durante 14 anos, a paulistana Simone Fiuza, 33, precisou se reinventar para enfrentar um dos momentos mais difíceis de sua vida: uma depressão após o nascimento do filho caçula.
"Tive uma depressão pós-parto do Bernardo, que hoje tem três anos. Na época eu não sabia cozinhar, salgava muito a comida, enfim. Aí comecei a fazer terapia, tomar medicamentos, e a minha psicóloga orientou que eu procurasse alguma coisa que me deixasse tranquila, que me desse um pouco de paz. E quando ia pra cozinha e fechava a porta, colocava músicas, louvores, e aquilo começou a me trazer paz, então comecei a compartilhar no Instagram", lembra.
Acostumada a postar seu "look do dia" na conta pessoal, Simone desenvolveu outro perfil para suas novidades culinárias – que despertaram o interesse de milhares de internautas.
"Quando comecei a juntar as panelas no fogão – porque eu não sabia montar uma mesa – eu fazia foto do que eu tava cozinhando pra minha família. Aprendi que se eu colocasse amor naquela rotina, ia ficar muito mais gostoso. Minha depressão foi melhorando com essa cozinhaterapia, fui me curando, e hoje trabalho desenvolvendo receitas, faço aulas para marcas que me contratam, testo e divulgo produtos, tenho canal no YouTube… sou uma influenciadora da comida!", define ela, que conquistou mais de 300 mil seguidores com o @lookdofogao.
Liliane da Silva, do Dona de Casa Criativa
A artesã Liliane da Silva, 35, estava construindo sua casa quando a filha mais velha, na época com 19 anos, sugeriu que ela compartilhasse o passo a passo da obra no Instagram. Mas quem iria se interessar pelos detalhes da vida de uma família simples? Muita gente! Em dois anos a conta @donadecasa.criativa arrebatou quase 100 mil fãs.
O segredo do sucesso, Liliane explica, sem cerimônia: "As pessoas se identificam quando a gente posta a realidade, a vida comum. Louça suja na pia todo mundo tem, roupas pra passar e tal, mas poucos mostram… E quando a gente posta, elas reagem bastante, porque é a realidade de todas nós, donas de casa".
O dia a dia na academia, a família, a bagunça e a limpeza: tudo é devidamente registrado e compartilhado pela artesã que, além de conquistar patrocinadores e receber diversos "mimos" de empresas, teve as vendas de suas peças de crochê alavancadas pelo crescimento da conta no Instagram. "Nunca fiz troca de divulgação e nem esses negócios de comprar seguidores. É a comida mesmo a chave para crescer. Dicas de cozinha. Isso atrai o interesse das donas de casa", pontua.
Patrícia Hopf, nutricionista
De comida, administração e marketing, Patrícia Hopf, 38, entende muito bem. Ao se desligar do departamento de marketing de uma grande empresa de pescados, onde trabalhou por oito anos, ela passou a se dedicar mais à sua conta no Instagram, @patriciahopf.
Há dois anos ela era seguida apenas por amigos e conhecidos, aproximadamente 200 pessoas, mas esse número se expandiu natural e vertiginosamente: hoje são 170 mil, e ela conversa com todo mundo "gosto de responder todos os comentários, tento dar atenção, o que fica cada dia mais difícil pelo número de pessoas que têm aparecido", explica ela, que posta suas receitas à noite, depois de colocar os dois filhos pequenos para dormir.
Durante o dia, Patrícia trabalha como diretora administrativa de uma empresa de saúde ocupacional; à noite, prepara o jantar em casa registrando o passo a passo para dividir com os seguidores. "Todas as minhas fotos e vídeos sou eu mesma que faço! Sou só eu e meu celular!", orgulha-se.
Juliana Couto, a vegana criativa
Já imaginou uma feijoada, um bolo de chocolate e até um sashimi (peixe cru) sem nada de origem animal? Pois é exatamente esse tipo de receita que a catarinense Juliana Couto, 25, publica em seu Instagram, o @veganapratica. Na feijoada ela põe tofu e linguiça vegetal; o bolo de chocolate é feito com leite de coco, e o sashimi é de cenoura marinada com alga. Nem precisa ser vegano pra se impressionar com os pratos, dos básicos aos exóticos.
De um jeito descomplicado, com ingredientes simples e acessíveis, Juliana mudou sua rotina e passou a incentivar milhares pessoas a fazerem o mesmo. "Há dois anos eu não sabia cozinhar nada vegetal, porque fazia muita dieta à base de proteína animal. Comia muito ovo, queijo, leite, carnes… Então tive que aprender do zero. Quando alguma receita ficava boa, por preguiça de anotar num caderno, eu criei o Instagram, e ele foi crescendo até chegar onde tá", conta ela, que hoje tem quase 100 mil seguidores na rede social.
O que influenciou Juliana a adotar o veganismo como estilo de vida foi o documentário "Cowspiracy", que traz informações sobre a indústria pecuária e de derivados, e analisa os impactos ambientais causados por ela: "Assisti e tomei a decisão na hora. Achei que a transição ia ser muito pior. Eu era dependente de queijo, requeijão, cream cheese… colocava em absolutamente tudo! E olha que eu era intolerante à lactose!.. Mas pra mim valia a pena. Acabou que depois de um tempo tu se acostuma", esclarece ela, que pretende abrir uma empresa vegana de alimentos no começo do ano que vem.
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