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A lista de 31 desejos que eu (você e todo mundo) deveria escrever

Universa

31/12/2018 04h00

Júnior, cristal sensato (Foto: Arquivo Pessoal)

– Júnior, de acordo com o que a gente está conversando aqui há duas horas, eu vou virar o quê?

– Uma tiazinha chata, sozinha e cheia de gatos – respondeu ele, me fazendo explodir num grito-risada que o bairro inteiro ouviu!

Júnior é o meu irmão, cinco anos mais novo. Tenho 33, ele 28. No sofá de casa, depois da ceia, com os copos de cerveja devidamente abastecidos, conversávamos sobre relacionamentos. Ele namora há quatro anos, pretende se casar e ter dois filhos de olhinhos puxados – e essa observação é muito interessante, faz parte de uma lista de desejos que ele escreveu uns anos atrás, na véspera do Natal.

Depois de uma sequência de namoros não muito felizes, o Júnior decidiu colocar algumas intenções e pedidos no papel, e assim surgiram 31 tópicos. Não sei de onde ele tirou esse número, nem ele sabe. Num lampejo de inspiração, meu brother sentou a bunda na cadeira e começou a refletir sobre o que queria, o que aceitaria, e o que não admitiria de jeito nenhum no próximo romance. Como num milagre natalino, os desejos expostos na carta – que na verdade era para si mesmo – se materializaram três meses depois, na época de seu aniversário, que é no fim de março. Júnior é de Áries. Satanáries. (Brincadeirinha, mano, te amo.) Seguindo a história…

Foi pela internet que ele conheceu a mulher por quem é extremamente apaixonado e com quem pretende passar o resto da vida. 600 quilômetros separavam os dois, que se viam a cada três meses, mais ou menos. Ela é paulistana e sempre morou na capital; ele vivia em Uberlândia, Minas Gerais. Sansei (neta de japoneses, lembra que eu tinha falado dos olhinhos puxados?), ela já viajou o mundo; ele nunca foi nem ali no Paraguai. São meio "Eduardo e Mônica", daquela música do Legião.

– Cadê essa carta? Quero ler.

– Perdi na mudança – respondeu ele, que veio de mala e cuia pra São Paulo há dois meses, pela namorada.

– Mas tudo o que você escreveu lá se materializou?

– Pelo menos 90% das coisas, sim. Você deveria escrever uma. Você precisa escrever uma, aliás.

– Eu nem sei o que quero pedir.

– Você sabe o que não quer? Se souber, já é o começo.

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Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!