Transando mais? Mulheres contam como estão suas vidas sexuais na quarentena
Tatiane e Roberto se conheceram na adolescência, num dia em que ele foi empinar pipa com um amigo em frente à casa da mãe dela. Na época, Tatiane tinha 12 anos. Roberto, 13. O que começou como um "namorinho de portão" já dura quase duas décadas. Juntos há 18 anos "e sem nem um término", como gosta de lembrar Tatiane, eles são pais de duas filhas pequenas.
Por causa da quarentena, com as meninas em casa e o convívio em tempo integral, o casal teve que reinventar a rotina na cama. "Aqui, sempre fui mais fogosa. Sou bem criativa e curiosa. Com as crianças sem escola e sem poder sair, nos restam as madrugadas, quietinhos, no básico", revela.
Veja também
"De quarentena com o ex": jornalista compartilha detalhes do isolamento
A vida de quem se mudou de casa – e até de país – no meio da pandemia
Casal faz sucesso na web ao criar canal com histórias reais emocionantes
"De castigo"
"Aqui em casa estamos de quarentena até de sexo. Minha esposa está gravidinha, então estamos de castigo por uma boa causa. Estamos só cultivando o amor, o carinho e a reciprocidade", conta Thays Balduino, de Itabirito, a 50 quilômetros de Belo Horizonte.
Karla engravidou há dois meses, na primeira tentativa. "Karla é muito fértil! Agora temos um garotão de 7 anos, uma princesa de 5 e um anjinho a caminho", comemora Thays. Em maio, as duas, que se conheceram em um grupo de Whatsapp, celebram três anos de união.
Larissa e Ana Beatriz: sexo, só virtual
Larissa e Ana Beatriz se conheceram no Tinder e estão juntas desde então, há dois anos. Durante todo esse tempo, nunca tinham passado mais de três dias sem se ver. Com a quarentena, tudo mudou, e agora o único contato que elas têm é virtual.
"É uma saudade tremenda, misturada com medo. Tá sendo bem complicado, principalmente por toda a cobrança e tensão sobre ela, que é enfermeira. Estamos aprendendo coisas novas pela internet, tendo conversas mais quentes por áudio e vídeo, e assim estamos seguindo. Pelo menos é um bom teste para fortalecer a relação", acredita Larissa.
"Só depois que meu filho dorme"
Juntas há quase quatro anos, Karla e Evelyn, que sempre tiveram muita afinidade sexual, sentiram os efeitos da quarentena com as mudanças no cotidiano.
"Passei a trabalhar por plantão, numa escala de 24×72. Isso altera meu sono e minha rotina", entrega Karla, que divide as atenções com o filho de 10 anos. "Antes dava para namorar de dia. Aliás, mais de dia do que de noite. Hoje, só depois que meu filho dorme. Eu não diria que a frequência aumentou, nem diminuiu, só mudou mesmo."
Caroline: "Marido 'à disposição"'
Para Caroline e Ruan, o isolamento trouxe algo positivo: eles estão transando mais. "Não sei sé é pelo lance de ter o meu marido 'à disposição' 24 horas por dia. Estamos em casa há 35 dias, então chega uma hora que não resta muito o que fazer, aí acaba que sexo é, sem dúvida, uma interatividade sensacional. Respeitamos a quarentena e ainda nos divertimos", conta. Caroline e Ruan estão casados há 6 anos e não têm filhos.
Sexo em tempos de isolamento
Para a ginecologista e obstetra Olívia Oléa, de São Paulo, um dos maiores desafios para um casal em quarentena é o equilíbrio entre os desejos sexuais de ambos. "Será preciso disposição em compreender. Primeiro, o seu desejo, depois, o desejo do outro(a), para, então, criarem acordos possíveis que não ultrapassem limites individuais. Todo sexo bom que foi resgatado teve seu início por meio da coragem para o diálogo honesto e real."
A médica explica ainda que a erotização é um dos estímulos mais importantes para o sexo. "Por que não erotizar sobre aquela pessoa de carne e osso, com quem você escolheu se unir, e está a alguns metros de você, palpável e real? Combinem um horário, afastem os celulares. Com os sons do mundo abafados, luzes tênues, retina com retina, descrevam em voz alta várias cenas de sexo que vocês fizeram e que mereciam ser transformadas em cenas de filme. Dá para erotizar muito com a realidade atual e pregressa. Brincar com algum 'e se…' pode ser estimulante, mesmo que nunca se concretize. 'Quando esse isolamento terminar… e se revisitarmos aquele motel? E se reconstruirmos passo a passo o nosso primeiro encontro? E se incluirmos mais alguém na cama? E se usássemos um vibrador juntos?'", propõe.
Gravidez e COVID-19
Aos casais que tinham planos de engravidar, a ginecologista sugere cautela. "O mais aconselhável é postergar os planos de engravidar, apesar de serem poucas as informações sobre o impacto do COVID-19 na reprodução e na gravidez. As recomendações atuais estão baseadas em cautela e bom senso, ainda que esse grupo de vírus não aparente afetar as gestações."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.