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Vibradores líquidos, plugs anais e lingeries ousadas: os hits dos sex shops

Universa

27/01/2019 14h40

Unissex, plugs anais como estes, de metal e pelúcia, que custam em média R$ 180, são dos itens mais procurados atualmente (Foto: Divulgação/Constantine)

Géis que funcionam como vibradores líquidos. Plugs anais de metal com pelúcia ou cristal. Lingeries ousadas pra usar na rua. Campeãs de vendas em 2018, essas são algumas novidades que despertam a curiosidade – e o apetite sexual – de consumidores em todo o país. Alheia à crise, a indústria do sexo cresceu 20% no último ano no Brasil, movimentando R$ 2 bilhões – a estimativa é da Associação das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (ABEME). O que impulsiona este segmento é a busca por novas experiências.

"Setenta por cento dos meus clientes são casados ou estão em relacionamentos duradouros e procuram novidades para apimentar, sair da rotina", conta Heladiany Almada, 31, proprietária do sex shop Kudossi, em Sobral, a 230 quilômetros de Fortaleza, no Ceará. A empresária, que também tem uma loja de roupas, há um ano e meio investiu em cursos eróticos, virou sex coach está feliz com os resultados: "Produtos eróticos vendem muito mais do que roupa, acredita?! É um mercado que só tem a crescer", celebra.

Heladiany: tutoriais de uso dos produtos bombam o Instagram da loja, que já tem mais de 33 mil seguidores (Imagem: Reprodução)

Casados, Raquel Saldanha, 29, e Leandro Correia, 39, também trabalhavam em outras áreas até decidirem abrir um sex shop virtual há um ano, o Le Secrète, em São Borja, no extremo sul gaúcho. "Depois que usei um brinquedo pela primeira vez, eu percebi que eles são sensacionais e inclusive ajudam na relação a dois", explica ela, que diz testar até três produtos eróticos por mês.

As mudanças do mercado

"A história de 'Cinquenta Tons' fez com que as pessoas se interessassem em conhecer diferentes tipos de fetiche. Algemas, chicotes e mordaças continuam em alta, mas o público começa a experimentar temas menos divulgados, como o shibari (arte de amarração), ponto alto de 2018. Outra mudança percebida e que tende a se solidificar neste ano são produtos que podem ser usados tanto pra seduzir, quanto pra ir pra balada, por exemplo. A procura por corseletes de couro e lingeries sensuais superaram a busca por fantasias temáticas. Percebendo isso, a indústria investe em roupas e acessórios que possam ser usados em qualquer ambiente, sem perder a sensualidade", aponta Raquel.

Raquel e Leandro: "A história de 'Cinquenta Tons' fez com que as pessoas se interessassem em conhecer diferentes tipos de fetiche" (Foto: Arquivo Pessoal)

Há mais de dez anos no segmento, Luciana Keller, proprietária da boutique erótica de luxo Constantine, em São Paulo, revela que a quase totalidade de seus clientes, 95%, são mulheres. "As mulheres são mais criativas, precisam de mais estímulo, mais informação, mais novidade. O homem é meio 'acomodadão', não vai muito atrás. Em relação ao sexo, o homem é muito instintivo, direto. A mulher precisa de mais estímulo pra aumentar a libido, ter mais desejo." Entre os lançamentos que caíram no gosto das clientes, ela lista os três principais:

1) Vibradores líquidos
"Para preliminares, há géis que funcionam como 'vibradores líquidos', pela sensação que provocam. Com jambu (planta que causa dormência) na fórmula, um sabor novo é 'vodka com energético' e o outro, 'ice mentolado'."

"Vibradores líquidos" sabor vodka com energético e ice mentolado, ambos com jambu na fórmula, custam R$ 60 cada (Foto: Divulgação)

2) Espumas higienizadoras
"Uma, específica para sexo anal, pra ser usada antes e depois (externamente, não com água, na 'chuca'), contém ácido hialurônico, vitamina E e extrato de aveia na fórmula. A outra, também higienizadora, mas não específica para sexo anal, é mais perfumada e tem cheiro de ylang-ylang, uma essência afrodisíaca natural (que também é um dos componentes do famoso perfume Chanel No. 5)."

R$ 60 cada: espumas higienizadoras para limpeza e hidratação da região íntima  (Foto: Divulgação)

3) Calcinha aberta
"Das lingeries, o que mais vende são as calcinhas abertas embaixo, um fetiche. Começou com um modelo, hoje tem uns 15 e a procura é cada vez maior. É um item que faz muito sucesso."

A calcinha aberta custa o mesmo que uma calcinha comum, em média R$ 70 (Foto: Divulgação)

Eles querem aumentar o pênis; elas, apimentar a relação

Raquel conta que entre 80 e 85% de seus clientes são mulheres, mas os homens gastam mais, apesar das compras raramente serem feitas para eles "geralmente compram para a parceira". A pergunta que eles mais fazem, segundo a empresária, é se a bomba peniana realmente funciona – e a resposta é "sim", mas não para aumentar. "Deve ser usada como um exercício diário, como o pompoarismo, por exemplo. A função é trabalhar a musculatura peniana, o que vai, a longo prazo, ajudar a ter e manter a ereção", explica ela.

Já as mulheres, querem saber como apimentar a relação. "11 anos atrás era muito mais difícil. As mulheres queriam vir à loja com sigilo, com horário marcado. Hoje eu percebo uma melhora, mas ainda existe muito preconceito", expõe Luciana. "O interessante é conhecer o próprio corpo. Sei que é tabu, não faz parte da nossa cultura, mas a mulher que se conhece, se toca, se masturba, consegue aumentar a libido e com isso ter mais sucesso na hora H", simplifica Heladiany.

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Sobre a autora

Ana Angélica Martins Marques, a Morango, é mineira de Uberlândia, jornalista, fotógrafa e DJ. É também autora do livro de contos Quebrando o Aquário. Passou pela décima edição do Big Brother Brasil e só foi eliminada porque transformou o temido quarto branco no maior cabaré que você respeita. É vegetariana e cuida de três filhos felinos: Lua, Dylan e Mike.

Sobre o blog

Um espaço para falar de amor, sexo, comportamento feminino e feminismo com leveza e humor. Tudo sob o olhar de uma mulher esperta, que gosta de mulheres tão espertas quanto ela!