Questionando padrões, modelo de MG faz sucesso pelo mundo: "Tenho orgulho"
Quando era pequenininha e enfrentava olhares curiosos sobre a pinta de nascença que tinha no rosto, Mariana nem sonhava que seria justamente esse detalhe, a pinta, que a faria brilhar mundo afora – apesar dela quase ter sido apagada na infância.
"Logo quando surgiu o laser no Brasil, muitos médicos indicaram pra minha mãe. Diziam que seria possível clarear a minha pinta, e ela resolveu fazer. Fiz três sessões. Meu antes e depois é imperceptível porque seriam necessárias várias sessões e talvez nem sairia tudo. Minha mãe esperou que eu crescesse e decidisse se queria tirar ou não. Como eu nunca tinha reclamado, nunca tinha falado que queria tirar, ela entendeu que não era uma vontade minha, então não demos continuidade ao tratamento", revela.
Com uma trajetória bem diferente de outras modelos, que são descobertas por olheiros ou se inscrevem em agências, Mariana Mendes, que é de Patos de Minas (a 417 quilômetros da capital, Belo Horizonte), começou por acaso. Ou teria sido o destino?
Estreia aos 24
"O primeiro trabalho que fiz como modelo, profissionalmente, foi aos 24 anos. Tudo começou quando um jornalista britânico viu meu Instagram e me mandou uma mensagem: 'Olha, vi que você tem uma pinta e que não a cobre com maquiagem, nem tenta escondê-la. Gostaria de entrevistar você, pra gente poder inspirar outras pessoas'", recorda.
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A repercussão da história de Mariana foi tão impactante no Reino Unido que a mineira passou a ser contatada por fotógrafos e veículos da Turquia, Rússia, China, Itália, Espanha, França, Polônia e Alemanha. Com a visibilidade mundial vieram milhares de seguidores e marcas interessadas em patrociná-la.
"Foi uma grande mudança na minha vida. Antes eu trabalhava como estilista, por trás das câmeras", conta ela, que é formada em Moda e não imaginava que atuaria do outro lado, como modelo.
Representatividade importa
"Quando eu era adolescente, por exemplo, não tinha ninguém que me representava. Eu via as novelas, as revistas e acessava as redes sociais, e as pessoas que estavam em destaque nunca eram como eu. O máximo que tinha, que muita gente falava, era a Angélica, porque tinha uma pinta na perna. Mas olha só, a Angélica não tem nada a ver comigo. É linda, maravilhosa, mas não é alguém que eu conseguia olhar e me sentir representada, me sentir parte daquele meio ali."
Aos 27, com 60 mil seguidores no Instagram e ativa no Facebook e no TikTok, Mariana, que além de modelo é palestrante, usa as redes para falar de autoestima e exaltar a beleza da diversidade.
"Eu falo sobre pinta, autoestima, corpo e aceitação. Muita gente tem pintas, cicatrizes, manchas, sinais na pele. Tenho orgulho do trabalho que faço, por saber que eu consigo mudar um pouco a vivência de alguém. Nunca imaginei que iria me tornar modelo, palestrante ou criadora desse tipo de conteúdo na internet, mas a partir do momento em que comecei a fazer isso, descobri algo que amo fazer, que é inspirar outras pessoas."
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